Publicado originalmente no site CATRACA LIVRE, em 01/03/2019
Entenda por que mulheres sofrem mais de enxaqueca que homens
Neurologista recomenda formas de prevenção e até tratamento
da doença
Por: Redação
Para cada homem há três mulheres convivendo com a enxaqueca,
segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia. Um número importante, cujas
consequências atingem não apenas a saúde das mulheres, mas também suas
atividades sociais, familiares e profissionais.
Segundo a neurologista Elza Magalhães, o principal fator
para o maior índice de enxaqueca nas mulheres é o hormonal. “Ao longo da vida
as mulheres passam por mudanças significativas que fazem seus hormônios
oscilarem, como menstruação, gravidez e menopausa, e que embora possam
acontecer de forma diferente em cada mulher, em geral essas transformações
interferem no limiar de dor e facilitam as crises de dor de cabeça”, explica a
neurologista.
O hormônio responsável por estas interferências é o
estrogênio, que está ligado à estimulação do sistema nervoso central. E é
justamente na menstruação que ele se intensifica.
Embora as oscilações deste hormônio, de forma geral, sejam
responsáveis pelo desencadeamento das crises, a médica relata que durante a
gravidez pode acontecer de os episódios de enxaqueca diminuírem ou até mesmo
cessarem, uma vez que a produção de estrógeno cai para a predominância da
progesterona – hormônio que atua como calmante dos estímulos cerebrais. Na fase
da amamentação é a prolactina, hormônio produtor do leite, que pode interferir
nas crises.
Como cada caso é um caso, a especialista orienta a
manutenção do acompanhamento médico especializado, inclusive durante a
amamentação. Ela destaca também o fato de as mamães com bebês recém-nascidos
dormirem pouco e como a privação de sono é um dos fatores facilitadores de
crise, elas podem se intensificar nessa fase. “Como nesse período a mulher tem
restrições para a ingestão de medicamentos, é importante que ela seja vista de
perto pelo ginecologista e neurologista – sem se esquecer do neonatologista,
especialista que consegue avaliar qual medicamento a mãe pode ingerir sem
interferir na segurança no bebê”.
O processo hormonal durante a menopausa é semelhante ao da
gravidez, em que o organismo passa a produzir menos estrogênio, reduzindo as
crises. Mas se a mulher faz tratamento
de reposição hormonal, suas crises podem perpetuar.
Paralelo aos fatores hormonais, Dra. Elza ressalta outro
componente importante que tem feito com que as mulheres aumentem as
estatísticas da enxaqueca crônica, que é sobrecarga de atividades e maior
exposição a situações de estresse e ansiedade, desencadeadores comprovados de
dor de cabeça. Não raro, também comem e dormem mal.
Sendo assim, dentre as recomendações para prevenção e até
tratamento da enxaqueca, a mudança comportamental aparece como determinante,
conforme sugere a neurologista como uma prática a ser realizada regularmente:
• Priorizar o sono com qualidade e obedecer a uma rotina de
tempo, com hora para início e término;
• Praticar exercício físico de forma regular;
• Praticar atividades de lazer que proporcionem relaxamento;
• Alimentar-se de forma equilibrada;
• Beber bastante água;
Importante salientar que todas as alternativas acima não
substituem a consulta regular com um neurologista, que mediará terapias
medicamentosas profiláticas (preventivas) e de contenção das crises.
Dentre as linhas de tratamentos aliadas à medicação
prescritas pelo médico e reconhecidas cientificamente já alguns anos,
encontra-se a toxina botulínica A, que atua no bloqueio de neurotransmissores
ligados ao mecanismo de dor.
Texto e imagem reproduzidos do site: catracalivre.com.br
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